Na história do Osho tem de tudo um pouco.
- “Boas” intenções por parte do Osho.
- Adeptos que não pensavam direito.
- Filosofia misturada com religião e meditação.
- Brigava com o papa/catolicismo sempre que podia.
- Alguns livros escritos por ele.
- Cada vez mais adeptos eram agregados ao seu movimento.
- Crescimento rápido o fazendo pensar na expansão do seu negócio coadunado com sua assistente, Sheela, que era extramente fiel e protetora dele. Sheela, além de braço direito, tinha visão empreendedora e pensava grande. Rajneesh (Osho) não seria conhecido com foi sem ela. Uma espécie de apóstolo Paulo.
- Mudança de país na tentativa de internacionalizar/universalizar seus ensinamentos.
- Problemas com os moradores do deserto do Oregon (EUA) que mais tarde evoluiu para impasses com os governadores.
- Orgias na comunidade que começaram a incomodar os moradores do deserto do Oregon (mas, existem inconsistências quanto ao acontecimento dessas orgias).
- Seus seguidores e os habitantes do deserto do Oregon começaram a andar fortemente armados para eventuais conflitos.
- Sabotagem.
- 93 Rolls-royce. Muitos relógios e itens caros.
- Traição.
- Inveja entre os adeptos.
- Inconformidade com a hierarquia entre os membros.
- Abandono por parte de Sheela e de outros seguidores mais próximos.
- Osho foi definhando até morrer.
Quando estava para morrer Osho parecia bem acabado, pálido, frustrado e triste com tudo que havia acontecido com ele.
Bom mediante a tudo isso ficam as perguntas…
Osho era um ser iluminado?
O próprio conceito de iluminação é muito questionável e muito mutável. Se é a primeira vez que você está ouvindo esse termo iluminação (de forma bem geral) o mesmo pode ser entendido como um estado de consciência no qual a pessoa estaria com níveis profundos de congruência, paz, integração ao todo, felicidade, bem estar.
Essa definição é realmente bem geral, e de acordo com a escola de pensamento pode variar bastante. Podendo ser entendido em um nível mais superficial até mesmo como um estado mental de consciência ampliada.
Independente da definição do conceito de iluminação, somente a pessoa iluminada teria certeza que ela própria estaria iluminada (talvez outra pessoa iluminada pudesse também certificar com certa segurança…), logo, não é possível saber se OSHO ou qualquer outro guru / mestre / professor é mesmo iluminado.
Então como proceder? Bem, penso que a pessoa que procura um guru / mestre / professor se vincula ou não a esse mestre não devido ao que o mestre diz ser, mas em consequência dos resultados que o mestre oferece com seu método (seja ele qual for).
Por isso, podemos dizer que tanto faz se Osho ou outro Guru era ou não iluminado, o importante é saber se seu método de desenvolvimento pessoal funciona.
A terapia baseada em seus ensinamentos funciona?
E isso nos traz à segunda parte de sua pergunta. O método de Osho é eficiente? Suas propostas são boas?
Bem, antes de responder isso vale uma ressalva importante: a maior parte das técnicas ou terapêuticas inspiradas nos ensinamentos do Osho não foram desenvolvidas por ele, mas por discípulos.
Então não existe “a” terapia do Osho. Mas vários métodos e técnicas desenvolvidas Pelo próprio Osho, por discípulos, ou pelo Osho em parceria com discípulos. Há ainda técnicas orientais milenares que o Osho “só” popularizou no Ocidente.
O Osho vivia (morava mesmo ou em alguns casos passava temporadas junto) com dezenas de discípulos de formações bem variadas: nutricionistas, médicos, fisioterapeutas, psicólogos, artistas etc. As vezes um desses discípulos apresentava uma técnica que desenvolveu e o Osho aprovava ou fazia alguma sugestão, acréscimo, etc.
E essas técnicas ou terapias funcionam? Penso que depende da técnica, da pessoa que irá praticar e principalmente da forma como será praticada. E o próprio Osho enfatizava que as pessoas não deveriam acreditar nele mas experimentar o que ele dizia e chegar às suas próprias conclusões.
Por exemplo, as meditações ativas (de forma geral) eu já usei muito e me parecem bem eficientes. Aliás nos últimos vinte anos a ciência vem validando continuamente os efeitos positivos das meditações.
Aliás, do ponto de vista técnico me parece que a grande contribuição do Osho foi justamente na promoção das meditações (ativas) e isso é benéfico em si, independente dele ser ou não uma fraude. Mas ele era uma fraude? Bem isso nos leva a uma parte bem interessante da sua pergunta, vejamos.
Osho era uma fraude?
Não dá para ter certeza. E isso é, de certa forma, um dos aspectos mais curiosos de sua personalidade. Ele trouxe ao mundo um conjunto de técnicas, atitudes, pensamentos que podem ser úteis há milhares de pessoas independente dele mesmo acreditar ou colocar em prática esses recursos.
Contudo, suspeito que se ele foi um fraude conseguiu enganar até a si mesmo, pois, ele realmente parecia acreditar profundamente em tudo que falava ou fazia. E o que ele falava e fazia nem sempre era coerente, mas como ele mesmo dizia (citando Whitman): “sou vasto, logo me contradigo”.
Há, contudo, um ponto objetivo que não consegui averiguar. Ao redor de Osho muitos crimes e práticas bem antiéticas foram realuzadas. Ele negou veementemente que soubesse e quando teoricamente descobriu se afastou do grupo de criminosos. mas será que ele era cúmplice? Sabia e se omitiu? Não sabia? Me parece que essas perguntas não tem uma resposta definitiva, mas trazem um alerta: é muito perigoso conceder poder a líderes de quaisquer matizes.
Legado do Osho
Além das meditações ativas outra contribuição do Osho foram suas falas diárias. Frequentemente ele tinha momentos (dharshans) nos quais respondia perguntas de seus discípulos ou palestrava sobre um assunto qualquer. A esmagadora maioria de seus livros são transcrições desses momentos.
As transcrições resultaram em livros realmente bem interessantes. Parece que há mais de 600 desses livros, e ao menos os que eu li promovem reflexões bem interessantes, que são valorosas independente do autor ser ou não uma fraude.
Mas meu livro preferido é um que ele escreveu quando nem se chamava Osho (ele mudou de nome várias vezes) e ainda era professor de Filosofia na Índia. O nome desse livro é “a harmonia oculta”, nele o Osho comenta os fragmentos do filósofo gergo Heráclito.
Provavelmente Osho adoraria esse movimento de validação das meditações, já que era um também um professor de filosofia e entusiasta da ciência.
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