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Entre a Pressa e a Paralisia

Entre a Pressa e a Paralisia
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Fá Gouvêa
novembro 12, 2024

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. A sabedoria popular ecoa com força nos tempos modernos, encapsulando a essência das nossas lutas diárias. Vivemos num mundo onde a velocidade é exaltada e a estagnação é temida, uma corrida incessante contra o relógio onde o prêmio parece sempre fora de alcance.

Nas manhãs apressadas, o alarme toca como um clarim de guerra. Levantar da cama já é um ato de coragem. A mente, ainda enevoada pelo sono, se prepara para um dia que promete ser uma maratona de compromissos, prazos e expectativas. No trânsito, engarrafado entre um mar de veículos, o pensamento corre para as tarefas que se acumulam na agenda. O medo de ser pego pelo “bicho” do atraso consome cada minuto, transformando o trajeto em uma batalha contra o tempo.

No trabalho, a pressão é constante. Metas inalcançáveis, reuniões intermináveis, demandas urgentes. Cada e-mail não respondido, cada telefone que toca, são como alarmes que nos lembram da onipresença do “bicho”. A busca por produtividade transforma-se em um ciclo exaustivo, onde o equilíbrio entre vida pessoal e profissional se perde como um oásis distante no deserto.

Por outro lado, a alternativa de ficar parado é igualmente assustadora. O medo de ser “comido” pela inércia nos mantém em movimento. Na era da informação, o bombardeio de notícias e atualizações incessantes nos faz sentir que estar desconectado é ser deixado para trás. As redes sociais, com suas vidas editadas e sucessos exibidos, nos pressionam a alcançar padrões inalcançáveis. O “bicho” da comparação nos espreita, sussurrando que não somos suficientes, que precisamos fazer mais, ser mais.

A saúde mental, muitas vezes negligenciada, grita por atenção. O estresse e a ansiedade são companheiros constantes, produtos desse ciclo vicioso de correr e ficar. As noites sem dormir, os momentos de angústia, são sinais de que estamos nos deixando consumir por esses “bichos” invisíveis. Precisamos aprender a pausar, a respirar, a cuidar de nós mesmos, mas o mundo não parece nos dar trégua.

Ainda assim, encontramos momentos de resistência. Na conversa tranquila com um amigo, no livro que lemos para escapar, no hobby que nos traz alegria. São nesses instantes que percebemos que, talvez, o segredo esteja em encontrar um ritmo próprio. Não se trata de correr ou ficar, mas de dançar entre os dois extremos, de achar um compasso onde possamos viver sem sermos devorados.

Porque, no fim, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Mas se dançarmos, quem sabe possamos encontrar um jeito de conviver com esses “bichos”, de transformar a pressão em combustível para nossa própria jornada, e descobrir que a vida é feita de momentos de movimento e pausa, de correr e ficar, mas, acima de tudo, de viver plenamente.

Maria de Fátima Gouvêa
Abril de 2024 


Levando esses dizeres em consideração convido você a parar um pouco 🚫, e viver aqui conosco na Pousada Dharma Luz e Paz um momento de pausa e viver plenamente, reserve sua hospedagem.

Publicado em Pensamentos da Fátima
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